Quando se pensam em estratégias para a restauração ambiental, o que precisa se ter em mente é que a restauração é um meio e não um fim. Ao aplicar técnicas de recuperação de áreas degradadas, o que se pretende é mitigar os efeitos negativos já causados pelo homem ao meio ambiente. Nesse sentido, esse meio pode ter como objetivo múltiplas finalidades capazes de gerar uma série de benefícios para a vida no planeta.
A recuperação de áreas degradadas é uma maneira de mitigar os impactos causados pela exploração excessiva e desordenada dos recursos naturais. Mas como é possível identificar quando o reflorestamento com fins de recuperação é indicado?
Ações como o desmatamento ilegal, incêndios e a própria degradação florestal estão entre as principais causadas de perda da biodiversidade do bioma Amazônia. Segundo alerta o Imazon, de toda a área considerada como Floresta Amazônica, cerca de 19% já foi desmatada. São 80 milhões de hectares de floresta que faziam parte da região e que, agora, não existem mais. Diante de uma intervenção tão significativa, infelizmente já ocorrida, a região tem, hoje, uma enorme oportunidade de recuperar benefícios econômicos, sociais e ambientais a partir da restauração de suas áreas degradadas, aliada à conservação do bioma ainda existente.
A utilização predatória e aleatória dos recursos oferecidos pelo meio ambiente pode resultar na degradação de áreas antes ocupadas por florestas, originando o desequilíbrio que leva à perda da biodiversidade e a uma série de outros prejuízos para a vida na terra. Embora o ideal seja fazer o uso sustentável dos recursos naturais para que tal perda não ocorra, ao longo dos vários anos as diversas regiões brasileiras tiveram áreas desmatadas e degradadas pela ação do homem. Quando situações como esta já são uma realidade no país, é papel de todos buscar meios para recuperar o que se perdeu. É neste sentido que se faz presente um conceito fundamental, o do reflorestamento para fins de recuperação de áreas degradadas.
A identificação das espécies a serem usadas no processo de recuperação florestal também tem um papel importante. Diante de uma gama expressiva de espécies, é preciso selecioná-las conforme o ambiente que se vai trabalhar, condição relacionada à capacidade do solo no momento. Há diferença, por exemplo, entre as espécies que irão se adaptar a uma área de nascente de um igarapé, portanto bastante úmida; a uma área de topo de morro ou encosta, que são muito secas; ou a uma área de lavoura, com um solo de alta fertilidade, mas que está próxima à mata ciliar, uma área de Área de Preservação Permanente (APP) e que, portanto, não deveria ter sido desmatada.
Mesmo os hábitos mais corriqueiros podem impactar no equilíbrio do clima do planeta. Quando considerados em escala, desde uma alimentação rica em carne vermelha até a frequência de uso de meios de transporte movidos por combustíveis fósseis, como o carro ou mesmo avião, interferem na quantidade de Gases de Efeito Estufa (GEE) que é emitida na atmosfera diariamente. A chamada Pegada de Carbono, conceito que mede os impactos da humanidade a partir da emissão de dióxido de carbono (CO2), é considerada, hoje, uma das principais causas das mudanças climáticas e, portanto, precisa ser reduzida.
Mesmo os hábitos mais corriqueiros podem impactar no equilíbrio do clima do planeta. Quando considerados em escala, desde uma alimentação rica em carne vermelha até a frequência de uso de meios de transporte movidos por combustíveis fósseis, como o carro ou mesmo avião, interferem na quantidade de Gases de Efeito Estufa (GEE) que é emitida na atmosfera diariamente. A chamada Pegada de Carbono, conceito que mede os impactos da humanidade a partir da emissão de dióxido de carbono (CO2), é considerada, hoje, uma das principais causas das mudanças climáticas e, portanto, precisa ser reduzida.
Durante o processo de fotossíntese, as árvores são capazes de absorver o CO2 presente na atmosfera e convertê-lo em biomassa. À medida em que o vegetal vai se desenvolvendo, esse carbono retirado se acumula em diferentes elementos da planta, nas folhas, galhos, troncos, raízes e até mesmo no solo da floresta mantida em pé. É a esse processo que está atrelado um importante serviço ecossistêmico prestado pela natureza, o sequestro de carbono.
Enquanto a vida segue o seu curso e sua rotina nos centros urbanos ou mesmo nas áreas rurais, a população pode até não perceber, mas ao mesmo tempo a natureza está trabalhando para garantir uma série de serviços tão necessários para a manutenção da vida, os chamados serviços ambientais ou ecossistêmicos. Tais serviços são, justamente, o que a natureza provê e que são importantes tanto para o convívio social no planeta e para as atividades de lazer, como também para o desenvolvimento das atividades econômicas.
As florestas atuam como um grande regulador do clima. Nesse sentido, elas são responsáveis por equilibrar os níveis dos gases de efeito estufa na atmosfera, além de possibilitar toda a manutenção da disponibilidade dos recursos hídricos, das chuvas e do clima como um todo. Por esse motivo, preservar a floresta significa não apenas conservar a biodiversidade (fauna e flora), mas também proteger a função natural que se tem na terra.
Ainda que o ideal seja fazer o uso sustentável mantendo as áreas de floresta em pé, o melhor uso das áreas que já são utilizadas para a produção agrícola também é uma estratégia fundamental para a manutenção do equilíbrio dos ecossistemas. Nesse sentido, a integração entre o sistema agrícola e a floresta ganha destaque.